Pular para o conteúdo principal

Cisto Osseo Aneurismático na crista ilíaca / bacia

Sintomas e queixas iniciais:
- Estalos na estrutura óssea ao praticar esportes, principalmente em movimentos bruscos da cintura.
- Dores de cabeça repentinas e fortes.
- Facilidade de ficar "gripado" e com inflamações na garganta.
- Incômodo local na cintura, do lado direito, o qual não caracterizava como dor, se expandindo muitas vezes para a perna.
- Perna direita mancando ao fazer qualquer esforço a mais que o usual.
- Hematoma sanguíneo de tamanho relevante apareceu em minha perna.
Exames realizados:
No pré-diagnóstico do clínico geral:
- RAIO X
No diagnóstico do ortopedista:
- Cintilografia óssea total;
- Ressonância magnética da bacia e crista ilíaca direita.
No pré-cirúrgico:
- Hemograma completo + Sódio + Potássio + Coagulograma + Ureia + Creatinina;
- Eletrocardiograma (ECG);
- Ecocardiograma (Para laudo cardiológico).
Após a primeira cirurgia:
- Biópsia com laudo anatomopatológico;
- Raio X para reavaliação.
Após a segunda cirurgia:
- Raio X para reavaliação.

Depoimento:
Olá pessoal. Me chamo Alan, tenho 33 anos e passei por uns mal bocados no ano passado (2017). Durante as minhas partidas de futebol society comecei a sentir um incômodo esquisito na cintura, incômodo este que não passava. Durante as partidas do jogo, sempre no início, com o corpo frio, ao realizar "giros de cintura" ocorria de sentir "estalos" na cintura. Sempre ocorria no início da partida, e após o corpo aquecer eu não mais sentia o problema. Porém, nos dias seguintes a partida, vinham as sensações estranhas, e um manquejo que passou a me acompanhar. Os sintomas sempre vinham e sumiam alguns dias depois. Fui a um clínico geral, que passou um ultra-som abdominal. Nada foi encontrado durante o ultra-som. Dei um tempo no futebol e os sintomas aliviaram. Três meses depois retornei ao jogo. Na primeira partida já notei que nada havia mudado. Parecia até estar pior. Os colegas do trabalho começaram a me alertar que eu não estava caminhando normal no meu dia a dia. Fui novamente a outro clínico geral, que através de exame físico (apalpando a bacia) localizou que tratava-se de problema na crista ilíaca, o qual poderia ser analisado via Raio X da bacia. Fiz o Raio X.

Eis o resultado:





O laudo radiológico indicava existência de "lesão" na bacia. Mas o que é lesão? Uma pancada do futebol? Fiquei achando se tratar disto nesta leitura inicial. Marquei então uma consulta com um ortopedista especialista em bacia. Fui até a consulta inicial, e o profissional ao ver meu Raio X indicou se tratar de um tumor ósseo. Meu olho arregalou. O médico informou que este tipo de tumor é muito raro tanto nesta região quanto nesta idade que possuo e que acomete mais crianças em fase de crescimento, nos osso longos (braços e pernas). Informou não ter indícios de ser "câncer" por estar isolado no Raio X. Informou também que tumor ósseo, diferentemente de tumores comuns, é caracterizado pela "falta" ou rarefação do osso, e que normalmente é tratado por cirurgia de completação com "cimento ósseo". Este profissional então me passou dois exames a serem realizados: a cintilografia com tecnécio e uma ressonância magnética. Não mostrarei o laudo da cintilografia, pois além de muito longo, serviu apenas para descartar que houvesse alguma doença em outro local do corpo que estivesse enraizando para dentro do osso.

Eis o resultado da ressonância magnética:







O laudo informa que existe "formação cística de aspecto insuflativo". Nas palavras do médico: É um cisto dentro do osso, e esse tipo de cisto, quando surge, cresce. Não se sabe o quanto ele pode crescer. Ou seja, se ele crescer mais do que o mostrado na imagem, eu estaria correndo um sério risco de sofrer uma lesão de bacia no futuro. O que fazer então? O ortopedista me indicou procurar um oncologista ortopédico. Meu olho arregalou de novo!! Oncologista? Mas é câncer ou não é? O ortopedista explicou que mesmo que não seja, cisto é sempre com oncologista. E cisto ósseo é com oncologista ortopédico. OK. Fui pra casa. Resolvi não procurar o oncologista de imediato. Parei o futebol. Fui até um médico homeopata, expliquei a situação, o diagnóstico e perguntei se havia alguma alternativa na homeopatia para aquele problema. O profissional indicou que poderíamos tentar por 3 meses um tratamento homeopático usado para os casos de osteoporose. Caso não houvesse nenhuma melhora, eu procuraria o oncologista para dar andamento com a cirurgia, a qual parecia inevitável. Fiz o tratamento homeopático, porém, no finalzinho do tratamento eu estava meio desiludido com o tratamento. Isso porque neste momento eu havia passado a sentir alguns sintomas muito esquisitos: Comecei a ter dores de cabeça ao consumir alguns alimentos (café, cerveja, entre outros), comecei a ter "gripes" a cada 10 dias e uma inflamação de garganta que não queria passar. Além de um hematoma sanguíneo que surgiu em minha perna. E também começou a surgir uma dor estranha na coluna, como eu nunca havia sentido. Logo na coluna, que está pertinho do cisto. Fizemos o raio X final do tratamento homeopático.

Eis o resultado:



Se você comparar com o primeiro raio X você pode ver que o "buraco" continua de tamanho similar. Mas tive a impressão que ele ainda avançou uns 5% para o lado direito do osso. Ou seja: não houve melhora com o tratamento homeopático. Nem voltei ao homeopata. Corri para o oncologista ortopédico, mostrei todos os exames. Ele acionou os colegas de um grupo de estudo para discutir o caso. Ao final da análise me informou que havia três saídas:

1 - Realizar a cirurgia de recomposição do osso com cimento ósseo (mais invasiva) e retirada de fragmento para biópsia.

2 - Realizar uma micro cirurgia (menos invasiva) para sucção do líquido que compunha o cisto ósseo, com lavagem do cisto e aplicação de corticóide. O líquido sugado seria unido com um fragmento de osso para biópsia.

3 - Não fazer nada e continuar observando o comportamento do cisto.



Devido a minhas queixas de sintomática, foi sugerido pelo profissional realizar a opção 2. A opção 2, embora menos invasiva, não tem efeito imediato. Ou seja, ao limpar e lavar o cisto e aplicar o corticóide, o osso volta a ter a capacidade de se recalcificar aos poucos. Mas o processo, segundo o oncologista, precisa ser repetido cerca de 2 ou 3 vezes para ter um resultado satisfatório. Foi marcada a primeira cirurgia e fiz os exames pré-operatórios. Tivemos que adiar uma vez a cirurgia devido a minha "gripe" que surgia sempre. Porém, a cirurgia ocorreu com sucesso, e sem problemas. Fui para casa após cerca de 2 horas da cirurgia, quando o efeito do sedativo passou. Fiquei 15 dias em casa de repouso por conta da incisão. Porém, sem dores. Alguns hematomas sanguíneos surgiram mas sumiram (embora o primeiro hematoma citado anteriormente permaneça até hoje). Retirei os pontos (foram apenas 2).

O laudo da biópsia saiu como esperado, dando negativo para neoplasia (câncer):



As impressões após a 1º cirurgia foram:

- Parei de mancar, mesmo quando faço esforço ou caminho mais que o normal.

- A dor de cabeça ainda existe, mas ela é muito rara e não está mais associada com os alimentos que citei.

- O incômodo local ainda existe, mas diminuiu bastante. Para colocar em números, diminuiu uns 80%.

Passados 4 meses da 1º cirurgia, voltei ao oncologista, que solicitou um novo Raio X.

Eis o resultado:



Embora o contraste esteja um pouco diferente dos outros Raio X, na opinião do oncologista houve recuperação parcial da área do cisto, conforme esperado. Ele fez 2 pontos de caneta azul no raio X, mostrando a área que se recuperou. Ele solicitou então que eu me programasse para realizar a segunda cirurgia. Nesta segunda cirurgia ele sugeriria usar uma outra medicação no lugar do corticóide, chamada CALCITONINA, a qual segundo ele existem estudos apontando que há um resultado melhor ainda na recuperação. Caso o meu plano de saúde aprovasse, ele usaria esta substância. Caso contrário, continuaríamos aplicando o corticóide usado anteriormente.

Pois bem, fomos então para a segunda cirurgia. O procedimento foi o mesmo: limpeza e lavagem do cisto seguido da aplicação da calcitonina sintética de salmão. A cirurgia foi bem sucedida. Os pontos sararam logo, e não houveram hematomas sanguíneos como na primeira cirurgia. Resultado ótimo. Os sintomas relacionados a dores de cabeça e mal estar diminuíram bastante. O incômodo local ainda existe, mas numa relação de cerca de 30% em relação ao que existia anteriormente. 
Após 4 meses da cirurgia, fui submetido a um novo exame de Raio X.

Segue para os senhores o resultado:

A restauração ocorreu de uma forma melhor que o esperado. O meu lado direito da bacia está digamos, 80% restaurado. Uma ótima notícia. :) O médico pulou de emoção. Obrigado pela atenção ao meu caso. :) Espero que esta publicação de Blog ajude caso você esteja passando por um caso semelhante.

Comentários